10 de março de 2014

A drop in the ocean - Capítulo 6

- Vejo que essa é a menina necessitada de quem você falou – o homem me olhava de cima a baixo sem ao menos disfarçar e eu não podia reclamar por mais que quisesse – Você sabe muito bem para o que ela serviria, não sabe? – voltou seu olhar para Joe que permanecia quieto ao meu lado

- Você prometeu – Joe disse entre os seus dentes que estavam trincados, o que ele sentia vontade era de gritar com o chefe da mesma forma que fez comigo, mas era obvio que ele não tinha tamanha liberdade e coragem para fazer isso.

O homem agora se aproximava de nós. Ele devia ter lá seus 40, 50 anos, seus braços totalmente tatuados estavam desnudos pelo fato dele usar uma simples camiseta. A barba era mal feita e o cheiro de forte de cigarro vindo dele era perceptível. Olhando diretamente para Joe e dando um sorriso simples e irônico mostrou não estar nenhum pouco irritado

- Eu sou um homem de palavra. O que está dito, está dito, não vou voltar atrás... – terminou sua fala dando pequenos tapinhas no ombro tenso de Joe. Percebi que Joe relaxou na hora e mesmo assim eu continuava sem saber o que estava acontecendo. – Mas então vamos ao que interessa – O homem estendia o braço para que eu passase em sua frente mas antes mesmo de eu fazer isso ele já se pos a andar na minha frente e se encaminhou pra uma porta no final da pequena sala. 

Ao entrar naquele lugar percebi logo de cara que devia ser o seu escritório, por maias que a casa fosse simples, aquele lugar era completamente diferente, suas mobílias eram novas e pareciam custar muito dinheiro, um computador estava sobre a mesa que estava acompanhada de cadeiras que pareciam confortáveis assim como o sofá e foi lá que sentamos. Ele permanecia  na cadeira a nossa frente e nos encarava sem emitir nenhuma palavra. Irônico já que ele disse para irmos logo para o que realmente interessa.

- George – ele disse olhando para mim 

- O que? 

- Meu nome é George, sou seu novo chefe – sem esperar alguma resposta vinda da minha parte ele continuou a falar – Quando Joe me procurou para pedir que eu ajudasse uma pobre menina que estava sendo levada para uma escola interna eu não fazia ideia que essa pobre menina seria assim – um pequeno sorriso saiu de seus lábios e ele voltou a falar – Apesar de saber que você traria muito mais lucros do que eu imaginava eu dei minha palavra a meu amigo aqui. Além disso, ele estava me devendo uns favores ai então eu não relutei em concordar com ele. Antes que você pergunte o que está fazendo aqui eu já vou falando de uma vez. Você vai trabalhar pra mim, já que já conhece muito bem esse mundo das dorgas e rebeldia você vai ser uma das minhas vendedoras – me assustei ao ouvir aquelas palavras, não pensei que seria assim

- Mas- mas...

- Nananinanão, agora você escuta e só fala quando eu mandar – agora em uma posição mais confortável em sua cadeira ele me fitava seriamente – Caso você não saiba, Toronto está repletas de festas, festas que são regadas a putas, álcool e drogas. Sua função é simples, você irá até essas festas, irá tentar atrair o máximo de clientes possíveis, independentemente de ser homem ou mulher até porque cada um tem a opção sexual que tem, e vai vender a droga para eles. É muito simples, no final de cada dia você irá até mim e mostrará as drogas que sobraram e o quanto de dinheiro que conseguiu, entendeu?

- A-acho que sim – era verdade, eu tinha entendido cada palavra que ele tinha, só não tinha entendido o porquê de eu fazer isso

- Você é o tipo de pessoa que preciso porque irá facilmente atrair os homens – ele disse respondendo minha pergunta  - Mas nem tente me enganar, eu vou saber exatamente cada tipo de droga que você vai levar para a festa, o quanto de cada uma e o preço que você terá que vender, não pense que eu sou bobinho. Alguma pergunta? – olhei para Joe que permaneceu em silêncio durante todo esse tempo e dificilmente falaria alguma coisa

- Essas festas, vão ser nos finais de semana? – disse voltando a olhar George. Sua risada preencheu a sala e eu não tinha a mínima ideai do porque dele ter rido

- Querida, como você é inocente... Não pensa que só porque conseguiu esse emprego facilmente ele vai ser fácil, as festas são diárias. Você sabe o tamanho dessa cidade? Você vai a festas totalmente diferentes, em cantos totalmente diferentes... Ou você acha que estamos vivendo naquela merda de lugar que você considera sua cidade? – sem saber o que responder e estando puta com aquela conversa eu apenas afirmei olhando para baixo, quanto mais cedo essa conversa acabasse, mais cedo eu poderia matar Joe por ter me trazido até aqui

- Uma ultima coisa a- ele disse um pouco mais alto fazendo com que eu voltasse a olha-lo – Uma vez envolvida com George Moore, eternamente envolvida com George Moore, não tente fugir.
 

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